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    Pedro Paiva

    Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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    Uma semana difícil para Donald Trump

    "Ele, que já foi indiciado duas vezes e aguarda julgamento, agora espera também mais dois possíveis indiciamentos", informa Pedro Paiva

    Former U.S. President and Republican presidential candidate Donald Trump speaks at the North Carolina Republican Party convention in Greensboro, North Carolina, U.S. June 10, 2023. REUTERS/Jonathan Drake (Foto: JONATHAN DRAKE)

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    A semana não começou bem para o ex-presidente Donald Trump. Ele, que já foi indiciado duas vezes e aguarda julgamento, agora espera também mais dois possíveis indiciamentos, ambos relativos às tentativas de interferência eleitoral em 2020. Já na segunda-feira, ele sofreu 3 grandes derrotas.

    O caso dos documentos secretos - A primeira delas foi em relação ao caso dos documentos sigilosos, secretos e ultra secretos que ele levou da Casa Branca para a Flórida de forma ilegal. Na semana passada, mais um personagem foi adicionado ao caso: Carlos de Oliveira, o administrador de Mar-A-Lago, a residência de Trump.

    Ontem, Carlos compareceu a um tribunal em Miami. Ele é acusado de agir em conluio com o ex-presidente para tentar apagar imagens das câmeras de segurança de Mar-A-Lago, no intuito de obstruir uma investigação federal.

    O advogado de Carlos de Oliveira não respondeu se o Departamento de Justiça pediu a ele que testemunhasse contra Donald Trump. Ele foi liberado com o compromisso de voltar à corte em 10 de agosto, caso contrário teria que pagar US$100 mil.

    O julgamento do caso dos documentos está previsto para começar em maio do ano que vem.

    Possível indiciamento na Geórgia - A segunda derrota da semana foi a decisão de um juiz na Geórgia. O magistrado negou um pedido feito por Trump, em março deste ano, para desqualificar a procuradora do distrito do condado de Fulton, na região de Atlanta. Ela comandou as investigações sobre as tentativas de interferência eleitoral do então presidente, em 2020, no estado.

    O pedido para que Fani Willis, a procuradora, não fosse autorizada a investigá-lo e processá-lo foi rejeitado. Decisão semelhante já tinha sido tomada pela suprema corte da Geórgia. Na época, a decisão do tribunal afirmou que Trump não tinha se embasado em fatos e leis para fazer tal pedido.

    A investigação começou com a gravação de uma ligação feita por Trump ao Secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger. Na conversa, Trump pressiona o Secretário, evidentemente desconfortável com a situação, a encontrar votos a seu favor.

    Em determinado momento da ligação, o então presidente diz: “Então, olha. Tudo o que eu quero é isso: eu só quero encontrar 11.780 votos, que é um a mais do que a gente tem”. A gravação foi divulgada pelo próprio Secretário de Estado, que também é republicano.

    Fani Willis afirmou que a investigação já terminou e que uma decisão sobre o indiciamento do ex-presidente no caso deve ser tomada até 1º de setembro.

    Processo contra a CNN negado - E não acaba por aí. Também ontem, segunda-feira (31), um juiz federal na Flórida, nomeado por Trump, rejeitou um processo movido pelo ex-presidente contra a CNN. O motivo seria o uso da expressão “grande mentira” para se referir às teorias conspiratórias de fraude eleitoral difundidas pelo republicano.

    Donald Trump pedia uma compensação de US$475 milhões ao canal de TV por danos. Segundo ele, a CNN teria o difamado e o comparado a Adolf Hitler. O juiz, porém, afirmou que a emissora estava protegida pelo direito de liberdade de expressão.

    O termo “grande mentira” foi usado não apenas pela CNN, mas também por outros grandes veículos de comunicação nos Estados Unidos. Trump afirma, até hoje, e mesmo sem provas, que a eleição de 2020 foi fraudada.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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